
Por Denis Silva, CEO do Efí Bank*
Conforme nos aproximamos da segunda metade da década de 2020, podemos afirmar com cada vez mais convicção: a era da transformação digital não é mais uma visão futurista ou um cenário de ficção científica – é a mais pura realidade. Por isso, falar sobre o futuro digital pode parecer contraintuitivo. Afinal, se o presente já é digital, qual é o próximo passo da expansão dos meios virtuais?
Algumas pistas podem nos ajudar a responder esta pergunta. A começar pela mais evidente: o desenvolvimento e a rápida adoção da inteligência artificial. A tecnologia já atravessa praticamente todas as esferas da vida, das reuniões de trabalho aos aplicativos de mensagem, dos negócios ao entretenimento.
Outro fenômeno de particular interesse é a digitalização financeira, aspecto em que o Brasil é não apenas pioneiro, mas referência global. O vanguardismo brasileiro tem como protagonista o Pix, mas não se resume a ele: estamos falando de uma ampla gama de produtos novos, além de possibilidades como o uso da própria IA para sistemas de segurança e análises de crédito.
Duas reflexões derivam desse quadro. A primeira é a necessidade crescente de capacitação e investimento em tecnologia. O domínio das ferramentas, por pessoas físicas ou jurídicas, é um pré-requisito imposto em diversos mercados (incluindo o de trabalho, em muitos casos). Até por isso, temos o orgulho, no Efí Bank, de ser referência de inovação e tecnologia em pagamentos.
A outra reflexão é que todo esse universo digital em expansão exige um avanço equivalente em infraestrutura. Isso significa desde softwares robustos até investimentos em energia elétrica, distribuição, data centers e, é claro, provedores de internet.
Talvez a palavra que melhor resuma os desafios de infraestrutura da nova era digital seja conectividade. É preciso garantir que haja conectividade no Brasil todo, para que toda a população possa acessar este futuro digital: serviços financeiros digitais; educação que utiliza dos recursos mais avançados para o ensino; saúde de ponta; e todos os ambientes digitais que garantem trocas entre as pessoas (incluindo de bens e serviços). Conectividade é sinônimo de inclusão e um símbolo do processo de digitalização.
Há, evidentemente, iniciativas importantes para a expansão dessa conectividade, como o FUST – Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, ligado ao Ministério das Comunicações, e que foi criado para financiar a ampliação de redes e serviços de telecomunicações em regiões com pouco acesso à internet.
Mas é preciso que essa expansão siga no centro das discussões do setor. E essa é uma das reflexões que espero ver na Abrint Nordeste, que acontece no final do mês em Fortaleza. Aliás, o evento servirá também para reforçar o papel estratégico da região. Os estados nordestinos têm se consolidado como referência na agenda digital brasileira por diversos motivos: investimentos em data centers, posição geográfica estratégica, ampla rede de cabeamento submarino e matriz energética rica e limpa.
Mas o ponto é que falar sobre provedores de internet é falar sobre o papel fundamental desses players na criação do futuro digital. E esse debate precisa discutir as perspectivas para um Brasil ainda mais conectado, inclusivo e inovador.
Denis Silva é CEO do Efí Bank, banco digital especializado em meios de pagamento, única instituição privada do país autorizada a operar com recursos do FUST