
A agência Fitch Ratings atribuiu à Alares o rating nacional de longo prazo ‘A(bra)’, com perspectiva estável, destacando a atuação da empresa no mercado de banda larga via fibra óptica e sua estratégia de crescimento por meio da aquisição de provedores regionais. A avaliação considera a capacidade de integração rápida desses ativos e a manutenção de margens adequadas mesmo em um ambiente competitivo.
Segundo o relatório, a Alares deve alcançar um EBITDA de R$ 380 milhões em 2025 e R$ 420 milhões em 2026, com margens de cerca de 45%. A projeção considera crescimento orgânico e diluição de custos fixos. O fluxo de caixa livre (FCF), pressionado por investimentos de R$ 230 milhões neste ano, tende a se tornar positivo a partir de 2026, segundo a Fitch.
A empresa possui 800 mil clientes, ou 1,5% do mercado nacional de banda larga, e está presente em 228 cidades de sete estados. A estratégia da companhia inclui a consolidação de ISPs regionais, apoiada por seu acionista, o fundo Grain Management. A agência observa que, após a unificação de marcas e sistemas em 2022, a Alares está mais preparada para integrar operações maiores — como as aquisições da Webby (2023) e da Azza (2024).
A Fitch ressalta que o mercado brasileiro de banda larga é competitivo e fragmentado, com crescimento das ISPs — que representam 56% do setor — e presença dominante de grandes operadoras como Claro, Telefônica Brasil e Nio. Para manter a competitividade, a agência avalia que as ISPs devem continuar buscando escala e eficiência operacional.
A alavancagem líquida da Alares está atualmente em 3,4 vezes, mas cai para 3,1 vezes se considerado o EBITDA anualizado com a incorporação da Azza. A expectativa da Fitch é que a empresa mantenha esse indicador abaixo de 3,5 vezes, desde que não realize novas aquisições financiadas majoritariamente por dívida.
O relatório também alerta que uma frustração no plano de refinanciamento de dívidas — previsto para o terceiro trimestre — pode pressionar a liquidez e impactar negativamente o rating. Por outro lado, ganhos de escala combinados a uma estrutura de capital conservadora poderiam levar à elevação da nota.
A dívida total da empresa soma R$ 1,3 bilhão, composta principalmente por debêntures (59%) e notas comerciais. Não há previsão de pagamento de dividendos no curto prazo.