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O Futuro do Setor de TICs: o que esperar em 2026?

*Edson Alves – O setor de TICs vive um momento único. Pela primeira vez, tecnologia deixa de ser apenas infraestrutura, automação ou escala, e passa a assumir um papel mais profundo: dar significado ao que empresas e pessoas fazem, aproximar relações e entregar resultados reais, mensuráveis e sustentáveis.

Essa mudança não é só técnica, mas sim estratégica, cultural e econômica. E reflete um novo norte do digital: Sentido, Proximidade e Resultado.

Impacto econômico: TICs como motor silencioso de produtividade e crescimento

O futuro econômico das TICs não está apenas em grandes revoluções tecnológicas, mas na capacidade de transformar processos invisíveis em valor concreto.

De acordo com estudo do Observatório Softex – unidade de pesquisa e inteligência estratégica voltada ao apoio à formulação de políticas públicas para TICs, o setor no Brasil está em expansão gradual e deve movimentar cerca de R$ 896 milhões em 2030. A região Sudeste lidera os investimentos, representando 65% do total, enquanto o Norte detém a menor participação, com 1,9%.

As empresas que compreendem isso passam a enxergar tecnologia como:

• redutor estrutural de custos, ao automatizar o que é repetitivo;

• acelerador de produtividade, ao permitir decisões mais rápidas e inteligentes;

• fonte de vantagem competitiva, ao integrar dados, pessoas e operações;

• indutor de inovação contínua, porque libera tempo, energia e recursos para o que realmente importa.

No próximo ano, o setor de TICs deverá ser responsável pela maior parte do aumento de produtividade das organizações, não pelo excesso de ferramentas, mas pela qualidade da aplicação delas.

A tecnologia gera impacto econômico real quando está a serviço de um propósito claro e orientada para resolver problemas concretos, não para adicionar complexidade.

Proximidade humana: o novo diferencial competitivo das soluções tecnológicas

Por muito tempo, o setor de TICs foi visto como frio, distante, técnico. Mas o futuro aponta para o oposto: a tecnologia como ponte, não barreira.

Proximidade, nesse contexto, significa entender de verdade o que a operação vive; traduzir problemas humanos para soluções digitais; criar conexões empáticas entre tecnologia e negócio; promover colaboração, não apenas implementação e desenhar jornadas em que o usuário é protagonista.

Empresas que apostam apenas na eficiência técnica entregam produtos, mas as que apostam na proximidade humana entregam transformação.

Aplicabilidade prática: o que realmente faz a tecnologia valer a pena

O futuro do setor de TICs não será definido por quem domina as tecnologias mais recentes, mas por quem sabe aplicá-las ao contexto certo.

Aplicabilidade prática significa:

• entender onde a tecnologia funciona e onde não funciona;

• desenhar soluções que cabem no fluxo real da operação;

• garantir adoção, não apenas implantação;

• medir impacto e ajustar continuamente;

• entregar valor rápido, incremental e validado no campo.

A tecnologia deixa de ser promessa para se tornar resultado – que pode ser visto, medido e reaplicado.

No futuro próximo, as organizações irão valorizar menos o “quanto a ferramenta faz” e mais o “quanto ela transforma”. O retorno sobre investimento econômico, humano e operacional será o grande indicador de maturidade digital.

O futuro das TICs é humano, aplicável e economicamente relevante

A era da tecnologia pela tecnologia está ficando para trás. A nova era pede:

• Sentido, para direcionar.

• Proximidade, para conectar.

• Resultado, para justificar.

O que vem pela frente não é apenas inovação técnica, mas uma reinvenção da forma de gerar impacto econômico com respeito à complexidade humana e à realidade da operação.

No fim, o futuro das TICs será construído por quem compreende que tecnologia é meio, não fim. E principalmente que ela só faz sentido quando aproxima pessoas e produz resultados reais.

*Edson Alves é CEO da Ikatec

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