A Unifique alcançou a marca de 200 mil clientes na operação móvel e já oferece cobertura com tecnologia 5G standalone (SA) em cerca de 100 cidades brasileiras, e se abriu a parcerias com ISPs para acelerar a expansão no mercado móvel. A estratégia inclui a ativação de 400 torres por ano e a adoção de um modelo de parceria com provedores regionais, que participam da construção e operação dos sites, contou Jair Francisco, diretor de mercado da companhia.
A operadora vem priorizando municípios onde já possui presença na banda larga fixa, o que permite acelerar a penetração da rede móvel. “O que a gente tem percebido nas cidades em que lançamos é que o mercado responde. A gente atinge de 0,5% a 1% de share ao mês nas cidades que a gente já atua com o fixo”, afirmou Francisco.
Com 5G SA, a empresa reporta velocidades entre 750 Mb/s e 1 Gb/s em testes de campo. Para efeito de comparação, o desempenho de redes 4G em operação nas mesmas localidades, segundo a Unifique, fica entre 15 Mb/s e 50 Mb/s.
A empresa deve entregar, até o final de 2026, metade das obrigações de cobertura assumidas no edital do 5G. Atualmente, o funil de expansão contempla 500 sites em análise, com expectativa de ativação de 250 a 300 sites ainda neste ciclo.
Modelo de parceria com ISPs locais
Para acelerar a expansão e reduzir custos, a Unifique estruturou um modelo de compartilhamento de infraestrutura com ISPs. Os parceiros podem optar por dois formatos:
- OPEX only: cobertura dos custos operacionais do site;
- CAPEX + OPEX: participação na construção e operação da torre.
Em ambos os casos, a remuneração do parceiro ocorre por meio de divisão da receita líquida da operação móvel, e não por gigabyte trafegado. O percentual repassado varia de acordo com o nível de participação na implantação do site. A estratégia visa alavancar a capilaridade comercial dos ISPs, que em muitas cidades já concentram de 30% a 40% da base fixa.
Sustentação do modelo e projeções
A operadora tem obtido hoje aproximadamente 600 clientes por torre ativa, patamar que supera o ponto de equilíbrio estimado em 200 acessos por site. A implantação das novas unidades prioriza localidades com demanda mapeada por sinal móvel, incluindo áreas com lacunas de cobertura e zonas rurais. O ciclo de ativação, porém, depende de fatores como disponibilidade de torres e negociações com prefeituras.
A empresa vê uma janela até 2030 para consolidar sua atuação como prestadora de serviço móvel com infraestrutura própria, especialmente em regiões onde grandes operadoras ainda não atendem de forma plena.