O aplicativo de leitura digital Skeelo consolidou-se como fornecedor de serviços de valor adicionado (SVAs) para operadoras de telecomunicações e provedores regionais de internet (ISPs). Segundo Victor Meinberg, diretor de receitas da empresa, a plataforma já conta com 186 contratos firmados com ISPs e mantém parcerias com grandes operadoras como Vivo e Claro desde 2019. O modelo, apresentado durante o ABRINT Global Congress 2025, envolve a inclusão de e-books, audiobooks e “minibooks” em planos de acesso à internet — móvel ou fixa — sem custo adicional para o consumidor final.
A proposta é integrar os conteúdos do Skeelo como um atrativo a mais nos pacotes oferecidos por operadoras, agregando valor, reduzindo o churn e permitindo estratégias comerciais diferenciadas. “O plano de 10 GB continua custando os mesmos R$ 20, mas agora inclui também um livro digital, seja em texto ou em áudio”, exemplificou Meinberg. Ele explicou que os acessos ao app são pagos diretamente pelas operadoras, que os adquirem da plataforma para repassar aos seus clientes.
Além dos benefícios de fidelização, o executivo destacou um ponto crucial para os provedores: a composição tributária. Como os livros têm isenção de impostos — conforme previsão constitucional —, sua inclusão como SVA pode ajudar a reduzir a carga incidente sobre o plano que, sem o SVA, seria só de telecomunicações. “O livro é o único item que tem alíquota zero. Isso gera vantagens competitivas e permite até reduzir o preço final ao cliente”, afirmou Meinberg.
O catálogo da plataforma soma cerca de 12 mil títulos, entre livros de editoras parceiras — muitas delas em regime de exclusividade —, resumos (minibooks) e sugestões personalizadas com base no perfil de leitura do usuário. Os conteúdos ficam disponíveis no aplicativo, sem prazo de validade para acesso, e os usuários podem trocar sugestões mensais por outras obras disponíveis.
Atualmente, o Skeelo contabiliza mais de 17 milhões de downloads no Brasil e cerca de 2 milhões de usuários ativos por mês. Os dados colocam o aplicativo em patamar de engajamento semelhante ao de grandes plataformas de streaming e redes sociais. Meinberg defendeu que o brasileiro não deixou de ler, mas tinha dificuldade de acesso ao conteúdo: “Com a distribuição digital, conseguimos derrubar barreiras logísticas e econômicas, e o resultado está nos números.”
Além dos ISPs e operadoras móveis, o Skeelo também mantém acordos com empresas de outros segmentos, como clubes de assinatura (Wine), serviços financeiros (Sem Parar) e academias. A proposta, segundo Meinberg, é posicionar a leitura como diferencial estratégico em planos de fidelização e relacionamento com clientes.