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SSE para ISP: ameaça competitiva ou oportunidade?

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Impactos do 5G para ISP/Crédito: Freepik

Por Carlos Jardim*

O setor de telecomunicações no Brasil, especialmente o de ISP, está em ebulição e apresenta crescimento exponencial com a chegada de tecnologias habilitadoras com o 5G e o Wi-Fi6, que possibilitam a expansão da internet banda larga de alta velocidade. Segundo um estudo da Ericsson, o 5G pode ter impacto de R$ 153 bi na economia brasileira até 2030.  Porém, os desafios para suprir a demanda de cobertura de internet são também enormes, num país de dimensões continentais onde existem 45 milhões de brasileiros sem acesso à rede, de acordo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

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Esse movimento criou um cenário promissor para os provedores de internet regionais (ISPs), estimados em cerca de 18 mil no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint). A maior parte cresceu acima das expectativas e segue em expansão fornecendo acesso de banda larga via fibra óptica (FTTH) nas regiões mais remotas do país onde as grandes operadoras não estão presentes.

O aumento de conectividade distribuída, que vai permitir que bilhões de dispositivos acessem a internet (IoT) comunicando-se entre si, fortalecida pela migração em massa das redes legadas para a nuvem em função do “tudo remoto”, o que criou um perímetro de segurança na borda, traz preocupações de segurança relativas ao vazamento de dados.

Essa proposta de integrar rede e serviços de segurança na nuvem pareceu atraente e repercutiu no mercado. E desde então, não é surpresa que os Provedores de Serviços de Internet (ISPs) começaram a explorar como eles poderiam oferecer um conjunto de serviços SASE e mais atualmente, suas equipes de gerenciamento estão observando e discutindo o que a stack de segurança  Security Service Edge (SSE), significa para os negócios. Afinal, é outra ameaça competitiva que está sendo entregue pelos provedores de nuvem? Ou é uma oportunidade de introduzir um novo serviço no mercado?

Por que os Provedores de Serviços estão bem-posicionados para a arquitetura SASE  

A lógica nos leva à conclusão de que se um provedor oferece serviços gerenciados de SASE, ele deve ter também capacidades SSE como parte deles, que deve seguir as seguintes propriedades básicas:

A boa notícia é que os provedores de serviços estão muito bem posicionados para fornecer a arquitetura SASE, oferecendo um serviço abrangente. Em vez de oferecer várias soluções abordando casos de uso específicos, eles podem usar o amplo alcance de sua rede e sua experiência no atendimento de grandes mercados para introduzir um serviço consistente que seja compatível com SASE – conectando QUALQUER usuário com QUALQUER serviço de nuvem e garanta a proteção de dados. Podem também cobrir todos os tipos de tecnologias de acesso, fornecer o mesmo nível de visibilidade e gerenciamento de políticas, com também utilizar SD-WAN para resolver qualquer problema rapidamente e oferecer um SLA melhor e aplicado contratualmente.

Quatro passos para os ISPs oferecerem serviços com recursos integrados de SSE – SASE  

O SSE vai muito além dos recursos de firewall pontuais.  Trata-se de uma plataforma única de segurança fornecida na nuvem que possui uma variedade de recursos integrados, como Cloud Access Security Broker/Secure Web Gateway e Zero Trust, e os fornece na borda – para qualquer usuário em qualquer lugar – oferecendo mais controles de segurança para um conjunto mais amplo de casos de uso.

Os ISPs que consideram oferecer serviços de SSE-SASE devem observar as expectativas dos usuários finais da SSE que influenciarão seu processo de decisão:

De acordo com várias previsões, o mercado SASE atingirá entre 5 e 8 bilhões de dólares nos próximos cinco anos e é provável que atraia muitos players. Para permanecer competitivo, é fundamental que o provedor encontre o preço certo para o serviço e mantenha os custos internos sob controle. Talvez a decisão mais importante aqui seja se o provedor vai construir a infraestrutura para fornecer serviços SSE ou se vai fazer parceria com um provedor de segurança de nuvem já existente.

Sigo fortemente convencido de que SSE como parte de SASE é uma oportunidade para os provedores de serviços de Internet. À medida que as organizações embarcam em uma jornada de transformação da rede e da segurança, elas procuram um fornecedor conhecido e maduro capaz de lhes ajudar, e os provedores de serviços de Internet estão muito bem-posicionados para oferecer um serviço SASE de alta qualidade.


* Sales engineering manager, Brasil na Netskope  

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