Ponto ISP

Abrint quer devolução da faixa de 450 MHz pelas teles

No Encontro Tele.Síntese realizado ontem, 20, para discutir a política de frequências do país, promovido pela Momento Editorial, o presidente da Abrint, Basílio Perez, voltou a reivindicar que as operadoras que compraram as frequências de 450 MHz no leilão de 2,5 GHz para implantar as redes 4G, mas acabaram não usando essas frequências para fazer a cobertura rural, devem devolvê-las para a Anatel. Os provedores regionais querem que o regulador coloque essas frequências novamente em leilão, pois têm interesse nelas para complementar sua cobertura.

“Elas são importantes para complementar a rede de muitos provedores, onde não faz sentido econômico implantar rede de fibra para atender determinados clientes, e o atendimento por rádio em frequência não licenciada não tem qualidade”, explicou Perez. O pleito da Abrint esbarra na resistência das celulares. Elas alegam que não usaram a frequência – atenderam à meta de cobertura rural usando outras frequências – por falta de equipamentos a preços que viabilizassem o projeto. Mas como pagaram pela 450 MHz, não acham justo devolvê-la ao Estado. Aguardam que o preço dos terminais caia.

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Modelo da TV digital

Durante o evento, o presidente da Anatel, Juarez Quadros, anunciou que para limpar a faixa de 3,5 GHz para a banda larga móvel e implantação da tecnologia 5G estuda adotar o mesmo modelo da faixa de 700 MHz. As celulares que adquiriram a faixa pagaram a um fundo R$ 3 bilhões encarregado da compra dos conversores digitais para as TVs analógicas da famílias de baixa renda poderão receber os sinais digitais de TV.

A faixa de 700 MHz até então era ocupada pelos sinais de TV analógica e a migração, já em fase final, vem sendo feita sem nenhum sobressalto e se tornou case mundial de sucesso. Na faixa de 3,5 GHz existem milhões de domicílios com antenas parabólicas que captam sinais de TV via satélite e que vão receber interferência. Essas antenas vão ter que ser protegidas contra a interferência. A Anatel está fazendo estudos e se a proteção for viável, Quadros entende que quem comprar as frequência deve contribuir para um fundo para mitigar o problema. “O problema social está colocado. Temos que resolvê-lo”, disse.

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