Profissionais que atuam no setor de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil poderão economizar até 66 dias de trabalho até 2029, segundo a nova edição do estudo “Skills Outlook – Solving the Tech Talent Gap from Within”, realizado pela Pearson. O levantamento analisou como a inteligência artificial pode transformar a rotina de cinco das funções mais comuns da área de tecnologia ao longo dos próximos cinco anos.
No cenário brasileiro, a economia semanal de tempo com o uso eficiente da IA deve variar entre 1,8 hora e 2,6 horas por profissional, dependendo da função exercida. A função mais impactada é a de arquiteto de redes de computadores, com até 2,6 horas economizadas por semana. Em seguida aparecem os analistas de sistemas (2,3 horas), programadores (2,1 horas), desenvolvedores de software de sistemas (1,9 hora) e, por último, engenheiros ou arquitetos de sistemas (1,8 hora).
As economias são obtidas pela automação de tarefas consideradas repetitivas ou operacionais, como correção de erros, reescrita de códigos, atualizações de software e realização de backups. Entre as tecnologias com maior impacto estão chatbots baseados em modelos de linguagem (LLM), como ChatGPT e GitHub Copilot, e ferramentas de automação de processos (RPA).
Segundo o estudo, funções que envolvem maior interação humana, como treinamento de equipes, supervisão ou reuniões de projeto, devem ser menos impactadas pela automação.
Embora o ganho de tempo no Brasil seja menor que em países como Estados Unidos, China e Reino Unido — que apresentam maior maturidade tecnológica —, a pesquisa aponta que o impacto positivo é expressivo e poderá ser aproveitado pelas empresas para redirecionar o tempo dos profissionais para atividades de maior valor estratégico.
Para Diego Sette, diretor de tecnologia da Pearson na América Latina, a automação pode ajudar a reduzir a escassez de profissionais no setor ao aumentar a capacidade produtiva sem depender exclusivamente de novas contratações. “Empresas poderão realocar o tempo economizado para trabalhos mais estratégicos e de maior impacto nos negócios”, afirma.
A pesquisa modelou o impacto de 34 tecnologias emergentes sobre mais de 76 mil tarefas detalhadas em cinco cargos de TI. A metodologia considerou taxas de adoção esperadas para o setor de TIC no Brasil e em outros cinco países: Estados Unidos, China, Reino Unido, Índia e Austrália. (Com assessoria de imprensa)