O Wi-Fi 7, nova geração da tecnologia de rede sem fio, começa a se expandir no Brasil e no mundo com a promessa de transformar a forma como residências, empresas e indústrias se conectam. Segundo levantamento da consultoria Next Move Strategy, o mercado global deve saltar de US$ 1,15 bilhão em 2023 para quase US$ 25 bilhões em 2030, um crescimento anual estimado em 55%.
Conhecido tecnicamente como IEEE 802.11be, o Wi-Fi 7 oferece velocidades teóricas de até 46 Gbps, mais do que o dobro da capacidade do Wi-Fi 6E. A tecnologia opera simultaneamente nas faixas de 2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz, com canais de até 320 MHz, o que garante maior largura de banda e menor interferência — dois fatores essenciais para o desempenho em redes densas de dispositivos.
Avanço no Brasil
A adoção começou em 2024, com os primeiros roteadores homologados pela Anatel, como o Deco BE65, e projetos pilotos em universidades, aeroportos e empresas de tecnologia. A tendência é que a tecnologia se popularize a partir de 2025, com aumento da oferta de equipamentos compatíveis e redução de preços.
Nos ambientes corporativos e industriais, o Wi-Fi 7 deve ampliar a digitalização de processos, permitindo automação, manufatura inteligente e análise de dados em tempo real. Já em residências e escritórios, o ganho de desempenho permitirá vídeos em altíssima resolução, jogos em nuvem sem travamentos e melhor qualidade nas chamadas de vídeo.
Desafios e perspectivas
Apesar das vantagens, a transição ainda enfrenta desafios. A compatibilidade com dispositivos mais antigos é limitada e os roteadores com o novo padrão têm custo elevado, o que pode atrasar a adoção em larga escala. Também há o debate sobre quanto da faixa de 6 GHz será de fato destinada pela Anatel ao uso não licenciado.
Mesmo assim, a Wi-Fi Alliance estima que o número de dispositivos compatíveis chegará a 2,1 bilhões até 2028, impulsionado pelo crescimento da Internet das Coisas (IoT) e pela demanda por conectividade em tempo real.
No Brasil, onde quase 90% da população já acessa a internet, segundo o IBGE, o Wi-Fi 7 surge como uma base para a próxima etapa de digitalização, com impacto direto sobre provedores de internet, empresas de tecnologia e usuários domésticos. A expectativa é que, nos próximos anos, a nova geração se torne o padrão predominante em redes sem fio. (Com assessoria de imprensa)