A Telefônica Vivo pretende integrar a operação da Fibrasil à sua estrutura, com foco em ganhos operacionais e aumento da penetração de clientes sobre a rede de fibra óptica, contou o CEO da companhia, Christian Gebara, durante coletiva com jornalistas nesta terça, 29 de julho, na qual detalhou o racional da aquisição de controle da empresa de rede neutra.
Ele diz que a abertura para outros clientes “não ocorreu da forma que se esperava”. E acrescentou: “chegando no final de 2024, a gente viu uma grande dependência da ocupação da rede feita pela Vivo”, afirmou Gebara.
Segundo o executivo, foi ali que a diretoria “viu a possibilidade de integrar essa empresa dentro da Vivo” e operar a rede “com uma escala muito maior que a escala que a Vivo já tem”.
A ocupação da rede da Fibrasil, segundo dados mencionados por Gebara, era de 16% por terceiros ao final de 2024, enquanto a penetração da Vivo chegou a 24% neste trimestre. “Fora isso, também existe a possibilidade de sinergias de receita”, disse.
Contratos com terceiros serão mantidos
Questionado sobre o futuro dos contratos com outros clientes conectados à rede da Fibrasil, Gebara respondeu: “Por razão nenhuma nós temos que desconectá-los. Eles têm, sim, contratos e a gente vai respeitar todos os contratos assinados, mas o volume é baixo”.
Segundo dados divulgados no balanço do segundo trimestre da Telefônica Vivo, a Fibrasil fechou 2024 com receita líquida de R$ 205,6 milhões e prejuízo de R$ 6,4 milhões. O patrimônio líquido era de R$ 861,4 milhões, com ativos totais de R$ 2,06 bilhões e passivo de R$ 1,2 bilhão.
A Fibrasil é uma empresa que constrói e mantém redes. Mas, segundo Gebara, a intensidade de capital necessária para isso não vai ser impactante, pois a maior parte do projeto original da empresa foi entregue, o que significa que a Vivo não terá alta no capex para expandir a rede fora do estado de São Paulo – que é onde a Fibrasil atua.
“Vale lembrar que o CAPEX da conexão do cliente é da Vivo. Então, o equipamento na casa do cliente e a mão de obra associada à instalação de novo cliente já era da Vivo e permanece sendo da Vivo”, reforçou o executivo.
Com a incorporação da Fibrasil, um negócio que ainda aguarda aval do Cade e da Anatel, espera-se redução de custos operacionais. “A gente, de alguma forma, poderia capturar todo o custo associado a essa empresa e conseguir fazer com muito mais eficiência”, declarou.
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