Conectar escolas públicas, urgência de todos


A conectividade nas escolas rurais é um desafio enorme. Crédito-Freepik
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A conectividade nas escolas públicas se tornou uma das prioridades do governo federal e não é para menos: das 138.355 escolas, 116.409 (84,1%) têm acesso à internet, mas a velocidade média é de 0,39 Mbps por aluno, quando o ideal é ter no mínimo 1 Mbps para viabilizar atividades escolares. Isto significa que uma escola com 100 estudantes precisaria ter uma conexão com pelo menos 100 Mbps.

A velocidade de 0,39 Mbps foi obtida com dados do Medidor Educação Conectada, desenvolvido pelo NIC.br para o Ministério da Educação para monitorar a qualidade da internet da rede pública de ensino básico. O software, gratuito, é utilizado por 49,2 mil das 138,3 mil escolas públicas em atividade no país.

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O estudo, conduzido pelo NIC.br e pela organização sem fins lucrativos MegaEdu, foi realizado com base no Censo Escolar 2021 feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e divulgado em meados de 2022. O documento, que contou com a participação também do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) e do Grupo de Mulheres do Brasil (GMB), mostra que o número de escolas conectadas cresceu, mas na maioria, a internet não é utilizada para fins educacionais e pouco utilizada como ferramenta complementar de ensino e aprendizagem nas escolas públicas brasileiras.

Outro ponto destacado é que as escolas com internet não estão distribuídas de maneira uniforme no território brasileiro. Enquanto nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, mais de 90% das escolas públicas declararam ter acesso à internet, esse percentual cai consideravelmente nas regiões Nordeste (70%) e Norte (45%).

O documento enfatiza também que é possível “verificar diferenças entre as dependências administrativas, sendo que o percentual de escolas conectadas é maior entre aquelas das redes estaduais se comparadas às das redes municipais” e que apenas 2% das instituições da rede privada não contam com acesso à rede.

Medida elogiada

Na edição deste ano do Mobile Word Congress (MWC), a iniciativa do Brasil de destinar parte dos recursos arrecadados no leilão do 5G ao projeto de conectividade em escolas públicas foi apontada pela secretária-geral da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Doreen Bogdan-Martin, como exemplo de boa prática de inclusão associada à política de telecomunicações. “Precisamos ser grandes e ousados”, frisou Bogdan-Martin, referindo-se ao programa brasileiro.

Batizado de Aprender Conectado, o projeto conta com recursos da ordem de R$ 3,1 bilhões. O Conselho Diretor da Anatel já aprovou o piloto em 177 escolas de cidades selecionadas com base no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M); percentual de alunos desconectados; densidade do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), e localização em comunidades indígenas, comunidades remanescentes de quilombo ou em assentamentos rurais.

Após a conclusão do piloto, a expectativa é replicar o modelo para cerca de 12 mil escolas públicas de educação básica sem acesso à internet. As escolas escolhidas receberão rede até a unidade, banda larga, rede interna, laboratório de informática móvel com equipamentos e energia elétrica se preciso.

Sala de aula inteligente

Também em Barcelona, a Huawei lançou uma solução de sala de aula inteligente de última geração no Education Forum, parte do MWC 2023. A solução utiliza o WiFi e dispositivos de borda inteligentes para permitir práticas de ensino por meio da sinergia entre a nuvem e a borda. No fórum, a Huawei também propôs implementar recursos de educação inclusiva, melhorar os recursos de pesquisa e otimizar o gerenciamento por meio de soluções de educação para todos os cenários e, eventualmente, acelerar a atualização digital do setor de educação.

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