ISPs agregam serviços para elevar ticket


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Provedores de banda larga estão ampliando o uso de canais FAST, edge data centers, serviços de valor agregado e ofertas de MVNO para criar novas fontes de receita diante do limite econômico do ticket médio de cerca de R$ 100 desejado pelo consumidor.

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Executivos de Alares, NXTV, Click IP e Surf afirmaram que qualidade da conexão, inadimplência e custo de infraestrutura são os principais fatores que definem a sustentabilidade do modelo. As declarações foram feitas durante debate do Streaming Academy, realizado pela Abotts ontem, 12, em São Paulo.

O CEO da NXTV, Sérgio Mancera explicou que a empresa desenvolveu um modelo de canais FAST exclusivo para ISPs, com distribuição para 100% da base do provedor e uso de publicidade segmentada. “Nós atendíamos 5 a 7% da base. Por que não o provedor disponibilizar para todos?”, afirmou.

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Com os canais FAST, o provedor recupera horas assistidas e pode comercializar campanhas regionalizadas: “Eu moro em Porto Feliz, vou fazer propaganda apenas onde me interessa”. O modelo reduz custos e fortalece a marca do ISP ao associá-la a canais reconhecidos.

Latência, CDN e edge

Co-fundador e CEO do Clique IP, Neilson Reis destacou que regiões fora do Sudeste convivem com latências superiores a 60 ms até os grandes data centers, comprometendo a experiência. “Você tem necessariamente que considerar o caching local, senão tem entrega com experiência comprometida”, disse.

Reis relatou que 70% do tráfego da rede é composto por vídeo e que parte dos streamings contrata infraestrutura apenas em São Paulo, sem descentralização. Isso afeta a percepção do consumidor: “O cliente fala para a gente que ele não liga para o streaming”. Para ele, vídeo, segurança e software são necessários para escapar da “zona dos R$ 100”.

Estratégia da Alares

CMO da Alares, Alejandro Contreras (acima), contou que estruturou os serviços adicionais da empresa em três frentes: conectividade dentro da residência, conveniência (incluindo streaming) e soluções proprietárias como a grade de TV e o Alares Play.

A qualidade da conexão segue como principal atributo: “Sem isso, o resto não adianta”. Com uso de IA em speech analytics, a empresa monitora motivos de contato e sinais de churn.

Ele também chamou atenção para o peso da inadimplência: “Aproximadamente metade das pessoas não pagam no vencimento”. A cobrança se tornou área estruturante, e a composição de bundles precisa considerar rentabilidade. Sobre o ticket, disse: “Cem reais já está de bom tamanho… são 3 reais por dia”.

MVNO como extensão da rede e do vídeo

Diretor comercial da Surf Telecom, Fabrício Benjamin afirmou que a empresa transforma ISPs em operadores móveis. “Nós somos uma MVNO, então transformamos provedores em operadores de celular”, disse.

Ele explicou que o streaming passou a ser ferramenta de monetização, elevando ARPU e reduzindo churn, especialmente quando combinado com ofertas móveis: “Quando entrego para ele um móvel com benefício do streaming próprio, posso entregar zero rating”.

Segundo o executivo, o trabalho da Surf envolve suporte dedicado para que os ISPs vendam e operem serviços de vídeo e voz com inteligência compartilhada de dados, sempre sob as regras da LGPD. A pressão por preço reforça a necessidade de agregar valor: “Sem isso, a gente cai na mesma coisa, fica nos 100 reais achatando a margem”.

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