ISPs criam organização para conectar escolas públicas até 2025


Foi lançada oficialmente nesta terça-feira, 24, a organização social Escola Conectada. Criada pelo Grupo Datora, a ONG tem a missão de levar banda larga de pelo menos 100 Mbps a todas as escolas públicas brasileiras até 2025. Já se associaram à iniciativa as operadoras regionais Sumicity, Telecall, Ligue Telecom, Telium, Um Telecom, RLine e Net Cintra. 

Para conseguir o feito, a ONG criou uma metodologia própria, em que as escolas podem solicitar o acesso. A organização então faz um diagnóstico das necessidades, busca um provedor de internet que tenha infraestrutura nos arredores e o convida a fazer a doação da conectividade para o estabelecimento de ensino, além de equipamentos para a criação de um laboratório de informática. 

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Quem não for operadora ou ISP também pode também se associar à organização. O projeto prevê que não apenas a conexão aconteça, mas que as escolas contem também com instrumentos para que se faça o uso pedagógico da internet. A Fundação Lemann e a Parceiros da Educação, por exemplo, estão fazendo um levantamento sobre o investimento total e tempo necessário para garantir que todas as escolas tenham internet de qualidade. 

“Qualquer empresa que queira dar seu apoio institucional será bem-vinda para atingirmos nosso objetivo de conectar todas as escolas até 2025”, ressaltou Thomas Fuchs, CEO da Datora e um dos fundadores da Escola Conectada. 

No momento, a Escola Conectada tem 15 escolas já com internet rápida mantida por provedores locais. Outras 47 escolas em fase de conexão e 39 escolas estão na fase de análise da infraestrutura disponível para receber o acesso. As 15 escolas conectadas têm 10,4 mil alunos matriculados. 

Segundo Fuchs, o provedor que doar o acesso deverá se comprometer a manter a internet na escola por no mínimo três anos. Além disso, a ONG vai monitorar qual uso é feito da conectividade, se está servindo para fins pedagógicos, e qual impacto no Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do Ministério da Educação. 

Leilão 5G 

O lançamento da ONG se dá ao mesmo tempo que o o Tribunal de Contas da União determinou à Anatel incluir obrigação de conectividade nas escolas brasileiras com recursos da venda da faixa de 26 GHz. Segundo Fuchs, uma coincidência que mostra a importância de colocar a internet no dia a dia da Educação. 

Para ele, quanto mais iniciativas existirem para atender as escolas, melhor. “Mas é preciso lembrar que nem tudo se resolve com o 5G, ou nesse leilão 5G. Além disso, frequências têm limites, há lugares onde o sinal não chega”, afirma. 

Segundo ele, a organização não pleiteia isenções fiscais ou quaisquer incentivos para levar o acesso às escolas. Os provedores agem de forma voluntária, sem esperar contrapartidas. De maneira geral, falou, diretoras, secretarias de ensino e municípios estão receptivos à ideia. Mas já há ao menos um caso em que escola e secretaria de Educação queriam autorizar a doação, que terminou barrada pelo prefeito da cidade. 

Não é o caso de Miracema, cidade ao Norte do estado do Rio de Janeiro. Ali, a Sumicity instalou conexão de ultra banda larga na Escola Municipal Prudente de Moraes. “O Escola Conectada transformou a nossa escola! Sem a nova conexão de internet não teríamos conseguido seguir as rotinas pedagógicas. Logo na primeira semana uma professora faltou e a aula só foi possível devido à conexão de alta velocidade. O Escola Conectada foi um grande presente”, comenta Vanessa Titonelli, diretora da escola. 

 

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