Brasil está entre os 15 países com maior risco de fraude digital, aponta estudo global


O Brasil figura entre os países com maior exposição à fraude digital no mundo, segundo a segunda edição do Global Fraud Index, relatório elaborado pela Sumsub, em parceria com a Statista e entidades como a KPMG México e a Digital Assets Association. O levantamento avaliou 112 países com base em fatores como taxa de ataques, estabilidade econômica, regulação e capacidade de intervenção governamental.

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Na edição de 2025, o Brasil aparece na 101ª posição, caindo em relação ao ano anterior, quando ocupava a 96ª entre 103 nações. A pontuação reflete uma leve piora nos indicadores de saúde econômica e intervenção governamental, compensada parcialmente por avanços em acesso a recursos digitais.

A Europa concentra os países mais protegidos contra fraudes digitais — com Luxemburgo liderando o ranking, seguido de Dinamarca, Finlândia e Noruega. No extremo oposto estão Paquistão, Indonésia, Nigéria e Índia, considerados os mais vulneráveis.

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Na América Latina, o Uruguai foi o país melhor posicionado, na 30ª colocação, enquanto Brasil e Colômbia aparecem entre os piores avaliados da região. O Peru teve destaque positivo, subindo 24 posições, enquanto a Guiana caiu 27.

Segundo Cesar Pérez Orozco, sócio de Forensic da KPMG México, o resultado evidencia que nenhum país latino-americano está entre os 15 mais protegidos do mundo, reforçando a necessidade de políticas mais robustas de prevenção e resiliência digital.

O estudo também destaca o impacto crescente da inteligência artificial em ataques fraudulentos. “A proteção contra fraudes não se trata de geografia, mas de governança. Os fraudadores têm acesso a ferramentas de IA cada vez mais poderosas. O que antes era uma ameaça de nicho se tornou comum”, afirmou Timothy Owens, especialista da Statista.

Para Daniel Ortiz de Montellano, diretor de Forensic da KPMG México, a construção de uma cultura antifraude depende de ética, compliance e inclusão financeira. Segundo ele, os programas de prevenção precisam estar alinhados à agenda ESG e envolver colaboração entre governo e setor privado.

O relatório da Sumsub combina dados de mais de 1 milhão de verificações diárias realizadas globalmente com informações de fontes como o Banco Mundial, Transparência Internacional e Oxford Insights. O índice se baseia no chamado “Triângulo da Fraude”, que associa altos índices de vulnerabilidade à combinação de pressão econômica, oportunidade e racionalização — fatores que se agravam em ambientes com baixa regulação e governança frágil.

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