Como gerenciar dados sensíveis na LGPD


Paulo Frosi* 

A Transformação Digital é a nova ordem no mundo corporativo e a pandemia de Covid-19 foi a grande responsável por acelerar e enfatizar o tema dentro dos ambientes de trabalho, muitos dos quais não pretendiam entrar na ‘onda’ do digital tão rapidamente. 

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E não foi apenas a pandemia que chegou para abrir os olhos das empresas para a digitalização. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor no ano de 2020 e poderá gerar penalidades onerosas para negócios de todos os portes, a partir desse mês. Isso significa que todas as empresas e organizações precisarão investir em algum nível de digitalização para se adequarem à lei e manter os dados que gera ou que processa, em total segurança. 

Como saber por onde começar e quais processos priorizar nessa jornada de transformação digital? 

Primeiro é preciso se perguntar em qual nível de transformação digital sua empresa se enquadra. 

De acordo com estudo realizado pela consultoria McKinsey chamado “Transformações digitais no Brasil: insights sobre o nível de maturidade digital das empresas”, existem quatro níveis de maturidade digital: “Líderes Digitais”, “Ascendentes”, “Emergentes” e “Iniciantes”. 

As empresas consideradas “iniciantes” em termos de maturidade digital geralmente são as que precisam enfrentar as práticas mais desafiadoras, desde a elaboração de um roadmap específico até a implantação de uma mentalidade disruptiva de trabalho com dados. 

Isso começa com a administração dos dados mais básicos e que podem não estar relacionados ao ambiente da tecnologia, como por exemplo as informações que são coletadas no momento de autorizar a entrada de qualquer pessoa nas dependências da empresa: dados como RG ou CPF são geralmente as informações solicitadas (além do nome e número de telefone) e podem ou não constar em alguma plataforma de armazenamento virtual. 

Essas informações não precisam parecer, mas são consideradas “sensíveis” justamente porque possibilitam tentativas de golpes e fraudes, o que significa maiores chances de exposição negativa e dor de cabeça para os clientes. Com isso, a LGPD entra no cenário com o objetivo de orientar uma coleta de dados para finalidades específicas, com um número limitado de profissionais por empresa autorizados a acessar essas informações.  

E para que essas práticas tenham eficácia e funcionem de maneira integrada, é necessário que a gestão de todas as informações esteja integrada e protocolada de acordo com a LGPD. 

De acordo com relatório do IDC Brasil, as necessidades impostas pela pandemia mostram que a nuvem deve ser a área com maior avanço no mercado brasileiro de TI em 2021. Grande parte das empresas que estão nos estágios iniciais de transformação digital ainda não compreenderam que precisam garantir um sistema de backup confiável e até mesmo um site secundário contra desastres, qualquer que seja o porte ou o segmento em que atuam – até mesmo um condomínio residencial, por exemplo, estará sujeito à legislação sobre segurança de dados.  

A escolha de sistemas que sejam capazes de integrar a Inteligência e Governança de dados é uma decisão fundamental tanto para manter quanto para otimizar os processos ativos. 

Por isso que um sistema de Cloud Computing arquitetado de acordo com as necessidades de cada negócio é fundamental. Escolher um modelo de projeto passível de reprodução pode até dar certo inicialmente, mas é preciso lembrar que cada negócio possui suas necessidades e objetivos e são eles que precisam orientar o direcionamento e o grau da transformação digital. 

Conhecer como deve ser feito o gerenciamento de dados sensíveis na LGPD para se obter uma Transformação Digital mais completa e efetiva é fundamental não só para proteger o seu negócio, mas para garantir que seus clientes estarão protegidos e que poderão continuar confiando em seus serviços. Por isso, adapte o seu negócio o quanto antes, procure continuar a migração para o digital e evite possíveis sanções futuras. 


(*) Paulo Frosi é Diretor de Negócios Corporativos da Connectoway –  empresa de soluções e tecnologias em hardware, software e de serviços como projetos de conectividade, NOC/SOC e cloud, há mais de 20 anos no mercado de Telecom. 

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