IoT e a infraestrutura das redes de comunicação


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Artigo sobre infraestrutura de redes/Crédito: Divulgação

(*) Hermano Albuquerque

Durante os últimos anos temos acompanhado o crescimento exponencial das chamadas redes sociais. Atualmente, se somarmos o número de membros em todas elas, incluindo Facebook, Instagram e Linkedin, vamos facilmente chegar a alguns bilhões. Esse é um número surpreendentemente alto e a maioria de nós irá concordar que o avanço dessas redes gerou enormes oportunidades e negócios para indivíduos e empresas.

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Mas estamos agora vivendo uma nova revolução na Internet, onde dispositivos inteligentes passam a coletar e processar informações em um nível nunca visto.  Essa é a revolução do IoT.  A Gartner estima que em 2023 teremos cerca de 43 bilhões de dispositivos inteligentes conectados à internet. De fato, 2018 foi o ano em que o tráfego de dados gerado por dispositivos eletrônicos superou o volume de dados gerados por seres humanos.

Vamos ser realistas:  43 bilhões de dispositivos é quase 7 vezes a população de todo o planeta. Se as redes sociais geraram tanto impacto no mercado, podemos apenas imaginar as imensas oportunidades geradas pelo novo mundo do IoT.  Considerando apenas o Brasil, um estudo do International Data Corporation (IDC) para 2022 projeta esse mercado em cerca de US$ 1,6 bilhão, composto por soluções e serviços, o que representa um crescimento de 17,6% em relação ao ano anterior. Outro estudo, da McKinsey Global Institute, prevê que o impacto de IoT na economia, alcance até 11% do Produto Interno Bruto do planeta em 2025.

Para melhor conceituar o tema, vamos tentar definir claramente o que é o IoT, ou a “Internet das Coisas”.  Como dissemos, IoT se refere a essa revolução tecnológica que avança no mundo, envolvendo o surgimento cada vez maior de “dispositivos inteligentes” conectados à internet. Tais dispositivos vão desde objetos domésticos (geladeiras e cafeteiras inteligentes), assistentes e itens pessoais (relógios digitais do tipo “smart watch”, “Google Home”, “Amazon ECO”), veículos conectados à internet, equipamentos médicos interconectados à rede, sensores de temperatura e umidade que controlam automaticamente o ambiente, câmeras de vídeo com detecção e reconhecimento de pessoas e objetos, além de muitos outros dispositivos que surgem a cada dia.  O mais importante é entendermos que tais dispositivos podem ser utilizados para coletar diversos tipos de informações em qualquer ambiente e processá-las em tempo real, interagindo com outros dispositivos ou com seus usuários através da internet.

A internet das coisas (IoT) vem transformando setores da economia, como saúde, segurança, indústria, agronegócio entre outros, com a possibilidade de revolucionar radicalmente o mundo em que vivemos, contribuindo para automatizar tarefas e promover recursos antes inimagináveis.

Vamos lembrar que a estrutura das redes de comunicação pode ser dividida em 3 grandes camadas:   “Core”,  “Transporte” e “Acesso, conforme ilustra o desenho abaixo:

Em geral, os dispositivos e sensores mais simples para IoT são desenvolvidos para transmitirem uma baixa quantidade de dados.  Por isso, a camada de acesso para IoT tem variadas soluções, incluindo redes cabeadas (Ethernet ou redes seriais industriais) ou redes sem-fio (WiFi, celular 3G/4G/LTE, celular NB-IOT, Lora, Sigfox, etc.).  O grande desafio reside no fato de que, nessa camada, podem existir milhares ou milhões de sensores e dispositivos transmitindo dados ao mesmo tempo e, nesse caso, a soma de todo esse tráfego contribui para aumentar substancialmente a necessidade de banda nos pontos de interconexão com a rede de transporte.  Ou seja, não há dúvida que o IoT trará uma nova onda de crescimento na demanda por banda.

Além disso, não se pode falar somente de banda ou capacidade de transmissão.  Dispositivos IoT exigem baixíssima latência e altíssima confiabilidade nas conexões de rede.  Por exemplo, quando se trata de dispositivos críticos que medem e monitoram sinais vitais na área médica, ou veículos autônomos, por exemplo, é inadmissível considerar a menor possibilidade de queda nas conexões ou diminuição de desempenho.  E, nesse contexto, as fibras ópticas são as grandes aliadas para alcançar velocidade e confiabilidade. De acordo com dados publicados pela Anatel com base em informações relativas a 2021, o número de municípios com backhaul de fibra óptica vem aumentando de forma consistente ao longo dos últimos anos e há pelo menos 4.677 municípios atendidos por fibra óptica no Brasil, o que representa 84% dos municípios do país. As redes de fibra óptica proporcionam exatamente a qualidade, velocidade e estabilidade de conexão necessárias para os dispositivos mais avançados do IoT.

Além dos grandes operadores de telecom, o Brasil conta com milhares de provedores e operadoras regionais (ISPs) que com a banda larga fornecida pelas fibras, conseguirão atender às demandas das aplicações IoT. Mas é claro, para desenvolver este papel, os operadores devem modernizar as suas redes, a fim de suportarem a evolução da tecnologia.

Vale lembrar que a confiabilidade das redes de fibra óptica depende principalmente da qualidade dos sistemas e equipamentos utilizados. Isso envolve roteadores, switches, mux/demux, transceptores ópticos, além de outros dispositivos e acessórios.  Em um mundo em que novas marcas e novos fornecedores surgem a cada dia, é fundamental adotar soluções comprovadas, que garantam atendimento aos mais altos padrões técnicos. Só assim as operadoras e os ISPs conseguirão, de fato, se destacar com soluções adequadas para o novo mundo do IoT.


*Hermano Albuquerque é Diretor Geral LATAM para o Grupo Halo/Skylane Optics

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