Mais de 40 milhões de dispositivos IoT conectados atualmente por meio das redes 2G e 3G no Brasil deverão migrar para o 4G até 2028. A estimativa consta do estudo “Soluções Técnicas da Transição de Tecnologia 2G/4G no Brasil”, divulgado pela operadora virtual Links Field, especializada em conectividade M2M e IoT.
A mudança segue diretrizes da Anatel para o desligamento gradual das redes legadas. O processo traz implicações diretas para provedores regionais, integradores e empresas que atuam com serviços como rastreamento veicular, telemetria, segurança eletrônica e meios de pagamento.
Segundo a Links Field, a migração tecnológica dos dispositivos IoT não se resume à troca de chip ou rede. Envolve decisões sobre dispositivos compatíveis, suporte a comandos via SMS em redes LTE e funcionamento em bandas específicas, que variam entre operadoras móveis.
“O desligamento do 2G e 3G é uma mudança estrutural que afeta cadeias inteiras de operação”, afirma Thiago Paulino Rodrigues, CEO da Links Field e coautor do estudo. “Nosso objetivo é apoiar o mercado com informações práticas e análises técnicas que sirvam como base para decisões de migração.”
O CTO da empresa, Marcos Betiolo Romero, destaca que falhas como bandas incompatíveis ou ausência de fallback para redes legadas podem inviabilizar projetos. O estudo detalha esses pontos com base em testes realizados com dispositivos homologados no Brasil.
Comparativos técnicos e uso de SMS
Entre os dados apresentados, o estudo compara o tempo necessário para transmitir um arquivo de 100 MB: até 5 horas na rede 2G e menos de 1 segundo em Cat-1, um dos padrões LTE utilizados em IoT. A latência também varia bastante: no NB-IoT, pode chegar a 10 segundos — inadequado para aplicações em tempo real.
Outro ponto sensível é o uso de comandos por SMS em redes 4G. Como as mensagens passam a trafegar por protocolos VoLTE ou IMS, dispositivos antigos podem falhar caso não sejam compatíveis com esses padrões.
O eBook traz ainda uma tabela comparativa de cinco dispositivos 4G com fallback 2G usados no mercado nacional — com informações sobre consumo de energia, resistência à água e poeira, memória e suporte a diferentes faixas de frequência.
Frequências e refarming
O estudo também mapeia as principais bandas usadas pelas operadoras brasileiras e discute o refarming, prática que reaproveita o espectro de redes antigas para reforçar o 4G. A análise inclui ainda observações sobre o desempenho da tecnologia LTE em cenários com mobilidade.
Para os ISPs que operam como MVNOs ou prestam serviços integrados de IoT, o estudo funciona como um guia técnico para planejamento da atualização da base instalada. (Com assessoria de imprensa)
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