Telebras faz acordo para ampliar exploração do SGDC-1


A Telebras fechou acordo com a empresa norte-americana Viasat para explorar e dinamizar o uso do Satélite Geoestacionário Brasileiro de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1) operado pela estatal. A parceria permitirá o avanço no uso comercial da capacidade da banda Ka do SGDC-1 (que provê conexão à internet banda larga de alta velocidade via satélite) o que, na prática, possibilitará levar internet de alta velocidade e acessível para comunidades não atendidas em cinturões urbanos, bem como em áreas rurais e remotas em todo o Brasil.

Pelo acordo, a Viasat ficará responsável por fornecer a infraestrutura para a implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e viabilizar os programas do governo brasileiro voltados para levar inclusão digital a áreas remotas do país, como o Internet para Todos, Governo Eletrônico, Serviço de Atendimento ao Cidadão, Educação Conectada e outros.

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Em troca, a Viasat poderá comercializar a banda Ka do equipamento espacial, com aproximadamente 58 Gbps, para oferecer serviços de banda larga no Brasil para empresas, mercado de aviação civil e serviços residenciais baseados em Wi-Fi em regiões com carência de infraestrutura.

De acordo com a Telebras, os equipamentos da Viasat começam a ser enviados para o Brasil ainda este mês e os primeiros serviços devem ser ativados em abril de 2018. A Viasat é uma das maiores operadoras de satélites do mundo, com sede na Califórnia, e oferece serviços de banda larga residencial, empresarial e governamental usando seus próprios satélites.

Segundo a Telebras, “nos termos da parceria, a Viasat alavancará a rede satelital do SGDC-1 para explorar serviços de satélite em comunidades isoladas, por meio de WiFi Hotspots de acesso à Internet de baixo custo, além de explorar os mercados residencial, empresarial e de aviação”.

A estatal disse ainda que a parceria deve proporcionar maior competitividade ao mercado brasileiro de internet banda larga via satélite, na “medida em que a Viasat antecipar sua entrada no Brasil, gerando uma maior oferta de serviços, produtos e preços em qualquer região do país”.

A parceria foi estruturada em um modelo de compartilhamento de lucros e resultados, pelo qual a Telebras espera gerar mais de R$ 3,3 bilhões para a empresa nos próximos anos. Segundo o presidente da Telebras, Maximiliano Martinhão, o acordo com a Viasat permitirá “estabelecer a infraestrutura necessária para trazer comunicações de dados de grande alcance, confiáveis e de alta velocidade para os brasileiros – mesmo nas regiões mais distantes e menos povoadas do país.”

Comunicações Estratégicas

Lançado em maio do ano passado, o Satélite Geoestacionário Brasileiro de Defesa e Comunicações Estratégicas foi projetado para aumentar a oferta de internet banda larga no Brasil, especialmente em áreas remotas, e também para incrementar o uso da comunicação estratégica das Forças Armadas.

Desde antes do seu lançamento o governo havia manifestado a intenção de privatizar parte da banda do satélite a cargo da Telebras. Mas, após sucessivos adiamentos, o leilão ocorrido, em outubro, terminou sem nenhum interessado em tocar a iniciativa.

Com isso, o governo teve que retomar a responsabilidade da Telebras de levar banda larga às escolas, postos de saúde, hospitais e postos de fronteira, especialmente na região amazônica e em outras regiões de baixa densidade demográfica, prevista no Plano Nacional de Banda Larga.

A iniciativa ficou a cargo da Telebras, que vai receber cerca de R$ 663 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para colocar em prática o plano. A expectativa é que sejam atendidas com conectividade à internet cerca de 50 mil entidades públicas, tais como escolas, postos de saúde, postos da fronteira, etc nos locais em que não existe uma oferta adequada para esses serviços.

A Viasat tem experiência na operação bem-sucedida de 14 milhões de hotspots em 30 países e já implantou serviços wi-fi via satélite de baixo custo cobrindo centenas de milhares de pessoas em várias comunidades do México rural, onde o serviço de internet não estava disponível. Essa experiência credencia a empresa para tornar a internet mais acessível no Brasil, especialmente nas regiões remotas não atendidas pelos sistemas convencionais. (Luciano Nascimento, da Agência Brasil)

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