Copel se alia a prefeituras para regularizar postes no PR


Pressionada por críticas de diversos setores sobre as condições caóticas dos postes, a Copel Energia resolveu agir e oferecer condições de regularização do uso da infraestrutura passiva pelas empresas de telecomunicações. Para esse trabalho, tem contado com a parceria das prefeituras paranaense e adesão das próprias operadoras. 

Segundo o gerente da Divisão de Fiscalização de Compartilhamento e Inspeção, Oneil Schlemmer, acidentes até com mortes, levaram a empresa a investir na regularização dos postes nos 399 municípios do estado. O trabalho foi iniciado há pouco tempo, mas pelo levantamento inicial, caso as irregularidades sejam sanadas, a empresa pode arrecadar 50% a mais nas contas de compartilhamento. 

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O departamento específico foi criado em maio e os trabalhos em campo começaram em cinco municípios, Pato Branco, Francisco Mourão, Apucarana, São José dos Pinhais e Cascavel. Primeiro é feito o levantamento dos contratos e comparado com o que existe nos postes. As empresas que estão irregulares são notificadas e têm prazo de 30 dias para regularização. 

“A grande maioria das empresas de telecomunicações está regular, mas existem clandestinidades, instalações fora de padrão e cabos abandonados”, afirma Schlemmer. Segundo ele, muitas empresas notificadas estão buscando a regularização, outras não e estas recebem multa pesada, no valor referente a 100 vezes o custo por ponto de fixação, hoje tabelado em R$ 6,19. 

A retirada de fios pela Copel só acontece em casos críticos. “Nós temos a preocupação de não deixar o consumidor sem os serviços de telecomunicações e por isso tentamos resolver isso com as empresas”, afirmou o gerente. 

Parceria 

Para esse trabalho, a Copel conta com a parceria das prefeituras, que organizam audiências públicas sobre o tema, criam grupos de trabalho e até grupos de WhatsApp para acelerar os ajustes. E isso tem dado muito certo. 

É o que conta Luís Roberto Zart Olank  da Certto Internet, em Cascavel. Ele participa do grupo com outras 25 operadoras de telecom e disse que problemas como rompimento de cabos ou extração de fibras não mais usadas estão sendo resolvidos com mais agilidade. 

Porém, afirma que problemas como falta de pontos de ocupação nos postes ainda geram polêmicas. Como no caso da Oi, que ocupa três pontos de fixação em um poste onde só cabem quatro. Além disso, o preço do aluguel, embora fixo, é menor para as grandes. 

Em Cascavel, onde um motoqueiro perdeu a vida ao encostar em um cabo caído, a prefeitura lidera a organização dos trabalhos. Assumiu, por exemplo, a realização do cronograma e mapas de prioridades, enquanto a Copel auxiliará nas ações das concessionárias.  

A Secretaria de Obras da Prefeitura se comprometeu em considerar a passagem para cabos subterrâneos no seu planejamento de médio prazo, visando melhorar a paisagem do município. 

Segundo Schlemmer, contratos mais antigos têm preços mais baixos. Ele disse que não há discriminação entre grandes empresas ou pequenas, que pedem a ocupação de postes por bairros. “Nós não damos tratamento diferente nem a antiga operadora de telecomunicações da Copel, que foi comprado pelo Fundo Bordeaux”, disse.  

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