A Desktop quer ampliar sua atuação no mercado B2B de telecomunicações, com foco no interior de São Paulo. A operadora, que já atende mais de 1,2 milhões de pessoas com banda larga de fibra óptica, quer aumentar a presença no segmento empresarial, crescer no segmento móvel como operadora virtual (MVNO) e oferecer serviços de data center para empresas da região.
Segundo Denio Alves Lindo, CEO e cofundador da Desktop, a companhia tem uma rede construída com padrões técnicos de alta qualidade, o que permite atender empresas de diferentes portes com agilidade e cobertura. “O mercado corporativo se torna uma alavanca de crescimento relevante, com necessidade de investimento incremental muito baixo”, afirmou ao PontoISP.
Hoje, o B2B representa menos de 5% da receita da Desktop, mas a meta é ultrapassar os 20% nos próximos anos, contou.
Para isso, a empresa criou uma estrutura dedicada ao segmento empresarial, com equipes de engenharia, pré e pós-venda, e executivos de conta. A estratégia inclui desde o atendimento a pequenas lojas até grandes indústrias e grupos agroindustriais localizados no interior paulista.
Outro movimento em curso é a entrada da Desktop no mercado de telefonia móvel, por meio de um modelo MVNO. A operadora firmou parceria com a Surf Telecom, que utiliza rede da TIM, e para oferecer pacotes combinados de internet fixa e móvel, com o objetivo de fidelizar clientes e simplificar a experiência de uso. “Não queremos competir com as grandes no varejo massivo, e sim usar a mobilidade como extensão estratégica do nosso portfólio”, disse o CEO.
A operadora também quer crescer em soluções de TI. Já possui nove data centers próprios – dois do tipo enterprise e sete edge regionais – e enxerga demanda crescente por colocation, backup e serviços de cloud no interior. A descentralização da infraestrutura e a ausência de opções locais fazem com que empresas da região ainda dependam de estruturas distantes.
Futuro
Sobre o futuro da conectividade, Denio aposta na fibra óptica como tecnologia dominante. Ele afirma que a Desktop já entrega velocidades reais de até 10 Gbps e que novos equipamentos poderão chegar a até 100 Gbps utilizando a mesma infraestrutura.
“A demanda por velocidade, baixa latência e alta disponibilidade será impulsionada por trabalho remoto, educação híbrida, inteligência artificial e internet das coisas”, avaliou.
A Desktop também investe em ferramentas de análise preditiva com uso de inteligência artificial, baseadas em dados da rede e da experiência do usuário. Metade da base já utiliza Wi-Fi 6, padrão que permite maior desempenho e cobertura, segundo a empresa.
A estratégia de longo prazo também inclui a avaliação de novas aquisições. A companhia segue aberta a fusões e à compra de ISPs regionais, com foco em sinergias reais, e também avalia adquirir empresas de tecnologia com portfólio voltado para o mercado corporativo.
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