Em expansão, ISPs buscam competitividade por fusões e aquisições


Rafael Lopes
Rafael Lopes/Crédito: Divulgação
Rafael Lopes/Crédito: Divulgação

(*) Por Rafael Lopes

O segmento ISPs- Provedores de Serviços de Internet – está em forte ritmo de expansão, principalmente depois de 2020, com início da pandemia, devido ao abrupto aumento da demanda de banda larga e conectividade por parte do mercado doméstico e, mais recentemente, com a retomada do mercado empresarial. Segundo a KPMG, houve crescimento de 14% assinantes de banda larga fixa entre 2020 e 2021, superando o aumento significativo de 10% observado entre os anos de 2019 e 2020. O destaque fica para os acessos com tecnologia de fibra óptica, que somavam 26 milhões ao final de 2021.

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Dentro deste contexto, está havendo a consolidação do segmento ISP por meio de aquisições e fusões. No Brasil, no início deste ano, tivemos vários exemplos desse movimento. A Unifique, por exemplo, comprou a Mosaico, em Santa Catarina, e a Sygo, no Rio Grande do Sul, após ter adquirido dez provedores em 2021.  No mês de maio, o grupo Brasil TecPar comprou o maior ISP do Mato Grosso, a Titânia Telecom, com quase 50 mil acessos de banda larga no Estado; e a Alloha Fibra, companhia independente de fibra óptica que já adquiriu o controle acionário de provedores regionais neste ano.

Esses empreendedores de internet precisam se manter competitivos junto aos grandes conglomerados de Telecom para oferta e disputa de novos serviços e novas possibilidades de negócios com a chegada da tecnologia 5G e aceleração da Transformação Digital. As fusões também estão ocorrendo entre provedores regionais que buscam fortalecer sua atuação e ter mais recursos para estruturar as ofertas de serviços e otimizar infraestrutura de fibra óptica.

Segundo dados da consultoria KPMG, no primeiro semestre de 2021 o setor de Telecomunicações foi responsável por 77 das 244 fusões e aquisições realizadas entre empresas brasileiras, abrangendo 43 setores da economia. O setor de telecomunicações ocupou a sexta posição no ranking, com 66 operações.

O movimento de consolidação busca competir com as grandes operadoras que atendem capitais e grandes cidades, possuem infraestrutura própria, práticas de governanças já estabelecidas e caixa preparado para investimentos robustos. Visto isso, players estruturados estão atentos ao mercado com potencial para operações de fusões e aquisições.

Ainda não é possível estimar o tempo que resta para que a concentração do mercado de provedores se concretize, ou até mesmo quantas grandes operações vão prevalecer, mas para esse momento é preciso preparar os negócios. Com a digitalização cada vez mais acelerada e mais dispositivos conectados, surge a todo momento ofertas de soluções mais sofisticadas, por isso é importante aprimorar as ofertas e os negócios para se manter nessa realidade do mercado.

Observando os processos históricos e acadêmicos, para que as fusões obtenham sucesso será necessário focar em processos bem-estruturados, sinergia entre os negócios e estrutura organizacional bem planejada.


*Rafael Lopes é diretor comercial para o Grupo Halo/Skylane Optics

 

 

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