Microtecnologia e compartilhamento


Aneel adia decisão.
Anatel, por sua vez, aprova a nova proposta.

Marcius Vitale*

Temos observado uma quantidade absurda de cabos de telecomunicações dependurados nos postes das concessionárias de energia, os quais não atendem as normas técnicas vigentes, poluindo o visual das nossas ruas e avenidas com riscos de acidentes aos técnicos e população.

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Visando melhorar este cenário caótico, estamos introduzindo nas redes brasileiras, um novo conceito de projetos denominado “microtecnologia”, composto por microdutos e microcabos.

Dentre as inúmeras vantagens oferecidas pela microtecnologia, ressalto a necessidade urgente do compartilhamento das redes aéreas de diversos ocupantes, utilizando um ponto de fixação nos postes e é neste ponto que os microdutos aéreos podem ser utilizados com grande eficiência.

Num ponto de fixação no poste, podemos instalar cerca de 10 microcabos ópticos, reunidos num agrupamento de 10 microdutos protegidos por uma capa externa, proporcionando uma significativa melhora no visual e segurança das redes aéreas implantadas.

Um microcabo é um cabo de fibras ópticas projetado para instalação por sopramento, em microdutos aéreos e/ou subterrâneos. Ele difere de um cabo óptico convencional por apresentar menor diâmetro, peso e resistência mecânica, com um incremento na quantidade de fibras no seu interior.

Como tecnologia emergente é importante que a adequação deste novo sistema para a nossa realidade, esteja sendo realizada. Nossa planta externa possui uma tipicidade única no mundo, exigindo que os projetos sejam tropicalizados para as nossas condições físicas de campo e adequadas para nossa mão de obra técnica.

Além da validação da tecnologia em campo, é determinante que a mão de obra envolvida nos projetos seja treinada e certificada, para assegurar sua confiabilidade.

O método utilizado para o lançamento dos microcabos nos microdutos é por processo de sopramento. Nesta técnica é criado um fluxo contínuo de ar no interior do microduto, facilitando que o microcabo seja instalado com baixo índice de atrito ao longo do seu comprimento. Fica evidenciado que as forças de tração sobre o cabo são reduzidas, o que facilita seu deslocamento em curvas e ondulações da rede de microdutos. O microcabo óptico não tolera tração elevada de puxamento, que pode danificá-lo se implantado, utilizando as técnicas convencionais de instalação.

Os microcabos certificados no Brasil são disponibilizados com as configurações de 12 a 288 fibras, em unidades básicas de até 24 fibras ópticas, com diâmetros externos entre 2 a 11,5 mm.

Pelas características construtivas, pequenos diâmetros e baixo peso, os microcabos são desprovidos de capa externa rígida, similares as utilizadas nos cabos convencionais. Para assegurar a estanqueidade e proteção dos microcabos é importante que os microdutos de PEAD (polietileno de alta densidade), sejam fabricados atendendo integralmente as especificações técnicas exigidas. O microduto é o que irá assegurar a rigidez mecânica do microcabo.

Com o compartilhamento das redes e a utilização da microtecnologia, o 5G terá sua implantação facilitada.


*Marcius Vitale: Engenheiro Eletricista, Engenheiro de Segurança do Trabalho, CEO da Vitale Consultoria & Inteligência de Negócios e Presidente da Adinatel – Associação dos Diplomados do Inatel.

www.marciusvitale.com.br

 

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