O papel dos ISPs na convergência da comunicação: voz, vídeo e dados em um só canal


* Por Cristiano Alves – O jeito como nos conectamos mudou, e rápido. O que antes era um conjunto de serviços separados, como telefonia fixa, internet, videoconferência e segurança eletrônica, hoje funciona como um único sistema integrado, onde voz, dados e imagem viajam juntos pela mesma rede. Nesse novo cenário, os provedores regionais (ISPs) deixaram de ser apenas quem “entrega internet” e passaram a ser peças-chave na comunicação das empresas.

Essa transformação vai muito além da tecnologia. Com o avanço das redes de fibra óptica e o uso cada vez maior dos protocolos IP, tudo ficou mais simples e eficiente. A videoconferência que antes dependia de sistemas caros agora roda sobre a mesma infraestrutura que leva a voz e os dados. E o CFTV, que antes era isolado, hoje se conecta à nuvem e a outros sistemas corporativos. É o ISP quem garante que tudo isso funcione bem, com estabilidade e baixa latência, dois fatores que, no mundo corporativo, fazem toda a diferença.

Segundo o Relatório Trimestral de Monitoramento da Competição, da Anatel, referente ao segundo trimestre de 2025, o mercado de banda larga fixa permanece amplamente desconcentrado, com 56,4% dos serviços ofertados por pequenas operadoras. Esse dado mostra a força dos provedores regionais, que seguem levando conectividade a regiões onde as grandes operadoras não chegam, e ao mesmo tempo assumem novos desafios de inovação, competitividade e sustentabilidade. Estar perto do cliente é uma vantagem que não dá pra ignorar: entender o que ele precisa e agir rápido é o que diferencia quem cresce de quem apenas sobrevive.

Mas essa convergência também traz responsabilidade. Integrar voz, vídeo e dados significa lidar com mais complexidade, e isso exige planejamento, segurança e visão de negócio. Hoje, não basta entregar um bom link; é preciso garantir a disponibilidade e a continuidade das operações. É aqui que o papel consultivo do ISP entra em cena: traduzir tecnologia em resultados reais para o cliente.

Além disso, a chegada de novas tecnologias, como 5G, redes neutras e fibra de alta densidade, está mudando o jogo. A demanda por soluções em nuvem e IOT cresce a cada dia, e isso pede infraestrutura mais robusta e parcerias mais estratégicas. Fabricantes, distribuidores e provedores precisam trabalhar juntos para acompanhar o ritmo das mudanças e manter a relevância no mercado.

O futuro da conectividade não será definido apenas pela velocidade da internet, mas pela inteligência da rede. Empresas e usuários buscam soluções completas, seguras e flexíveis. Os ISPs que entenderem esse movimento e souberem combinar telefonia IP, CFTV inteligente, cloud e dados em um mesmo ambiente serão os protagonistas da transformação digital no país.

No fim das contas, a convergência não é sobre substituir tecnologias, é sobre fazê-las conversar entre si. E é nesse diálogo que os provedores regionais podem mostrar seu verdadeiro valor: conectar infraestrutura e inovação, com proximidade, agilidade e propósito.

*Cristiano Alves é diretor comercial da TIP Brasil, operadora 100% digital que oferece soluções completas de Telecom para Provedores de Internet (ISP) no Brasil

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