Guerra na ocupação do subsolo urbano


*Por Marcius Vitale

Uma Guerra está ocorrendo no subsolo urbano de muitas cidades brasileiras. Trata-se de uma disputa pela ocupação dos escassos espaços para instalação da infraestrutura de: telecomunicações, energia, gás, água, esgoto e outros setores, que deveriam demandar um conhecimento do que existe no subsolo.

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Observamos com frequência cones e grades de sinalização, isolando trechos de movimentadas avenidas para a proteção de trabalhadores, veículos e população, impactando a mobilidade ao redor das obras.

Um número incalculável de reclamações dos moradores e transeuntes é formalizado no dia a dia e para minimizar e eliminar o citado problema de maneira contundente, alguns procedimentos técnicos devem ser adotados.

Pela inexistência de um planejamento integrado entre os atores envolvidos nas obras, durante décadas, o problema da infraestrutura apresenta uma grande complexidade de difícil solução. Os diversos ocupantes do subsolo constroem e ampliam suas redes, muitas vezes deixando os cadastros dos ativos implantados incompletos e desatualizados.

Sem diretrizes claras dos elementos que devem compor o contexto da infraestrutura subterrânea urbana, a serem inseridos nos planos diretores municipais, somados com políticas públicas bem elaboradas e uma gestão eficiente do espaço público, os projetos de ordenamento sempre deixarão a desejar.

Frequentemente os executores das obras não possuem conhecimento do subsolo, fato este, que impõe a necessidade de mapeamento do que está enterrado, utilizando um equipamento denominado georadar, para assegurar que o enterramento de novos dutos seja realizado com sucesso.

Sem esta avaliação a ser realizada por empresas especializadas em mapeamento do subsolo, corremos o risco de provocar acidentes, como por exemplo: o rompimento de tubulações de gás, água e redes ópticas, interrompendo operações de grandes corporações, causando enormes transtornos à população e acidentes fatais com perda de vidas humanas.

As empresas contratantes dos serviços deveriam assumir a responsabilidade pelo mapeamento, tornando a construção de redes um processo menos complicado do ponto de vista das garantias e seguros.

Em outros países o mapeamento é exigido para se evitar que a empresa responsável pelo projeto tenha que arcar com pesadas indenizações quando da ocorrência de acidentes.

Pelo exposto é recomendado que nenhum projeto de ocupação do subsolo urbano deva ser iniciado, sem antes realizarmos um detalhado levantamento das condições do que existe no citado ambiente.


www.marciusvitale.com.br

*Marcius Vitale:  engenheiro, consultor, CEO da Vitale Consultoria e presidente da Adinatel – Associação dos Diplomados do Inatel

 

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