Os impactos nas redes sociais devido à pandemia


Virus, 3D render
Virus, 3D render

*Eduardo Carneiro 

Temos que reconhecer que 2020 está sendo um ano atípico e bastante desafiador para o mundo todo. A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) avança em praticamente todos os países do planeta, o que, consequentemente, tem afetado a economia, exigido que escolas e universidades suspendam aulas presenciais, obrigado muitas empresas a adotarem o modelo home office e feito com que serviços considerados não essenciais fechassem temporariamente as suas portas. Embora o cenário se mostre crítico, nunca a internet foi tão utilizada. Muitos estão se reinventando digitalmente para suprir suas necessidades, sejam pessoais ou profissionais, o que tem provocado um aumento significativo nas interações nas redes sociais nesse período.

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Até o momento, a América Latina registrou mais de 213 mil casos positivos de COVID-19 e a maioria dos países da região mantém a estratégia de distanciamento social, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelos Ministérios da Saúde locais. Segundo dados da plataforma Shareablee, da Comscore, Argentina, Brasil, Chile e Paraguai são os países com o maior percentual de mudança no número de publicações e interações em mídias sociais multiplataforma registradas em março de 2020, em comparação com o ano anterior. Mesmo em um ambiente bastante instável e, portanto, incerto para a maioria, marcas e anunciantes alcançaram altos números de engajamento desde o início da pandemia.

Os números extraídos da Shareablee indicam que os níveis mais altos de engajamento foram obtidos na rede social Instagram nas categorias ‘Finanças’ e ‘Saúde’, superando um aumento de 100% nas interações, desde março de 2019. O relatório revelou, ainda, que no Facebook, os links para notas detalhadas, entrevistas e conferências são as que predominam, sendo 41% vídeos, 33% links e 24% fotos. Os temas mais acessados e publicados nesta mídia são relacionados a Governo, Saúde, Consumo, Finanças e Publicidade.

Já no Instagram, os destaques são fotos e vídeos ‘Breaking News’ sobre personalidades diagnosticadas com o vírus, sendo 72% fotos e 17% vídeos. Entre os assuntos mais acessados e postados estão: Governo, Saúde, Finanças, Publicidade, Telecomunicações, Influencers e Educação. Por outro lado, o Twitter está na posição de mídia social de ‘últimas notícias’, com estatísticas e gráficos de contágio local, recomendações e dicas de prevenção que prevalecem dia após dia, sendo 40% fotos, 25% vídeos e 28% links. Entre os temas mais comentados destacam-se Governo, Publicidade, Saúde, Finanças, Varejo, Tecnologia e Educação.

É fato que a mídia tradicional adquiriu a sua importância neste momento, para embasar dados técnicos, mas as redes sociais têm funcionado como amplificadores de mensagens. E, apesar de muitas plataformas já existirem antes da quarentena, algumas têm ganhado destaque, como as ‘Lives’, por exemplo. Todos os dias, há centenas de ‘Lives’ sendo realizadas no Instagram e no YouTube, principalmente por artistas, palestrantes, psicólogos, psicanalistas, apresentadores, médicos, entre outros. O objetivo é ter uma maior proximidade com o público, transmitindo conhecimento, como shows e workshops, por exemplo. Os cursos online também tiveram destaque. Várias instituições de ensino estão oferecendo cursos gratuitos e outros pagos, mas com um valor bem mais acessível.

Sem dúvida, a pandemia da COVID-19 e o distanciamento social têm promovido mudanças significativas no modo de interação da população, principalmente na maneira de o público consumir e se engajar com os conteúdos e plataformas sociais. O mundo jamais será o mesmo e o aprendizado digital será uma grande herança positiva deste período desafiador que estamos vivendo.


* Eduardo Carneiro é diretor geral da Comscore no Brasil.

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